IMPERATRIZ
Três peritos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em Belém do Pará, chegaram à cidade de Imperatriz e iniciaram ontem as investigações visando descobrir o que levou o monomotor Cessna PT DOJ de prefixo 182 a cair e pegar fogo numa rua do bairro Bacuri em Imperatriz.
No acidente morreram o médico cirurgião Felipe Ramalho de Oliveira Neto, de 37 anos, e o filho dele, Felipe Ramalho de Oliveira Bisneto, de 10 anos. Ficaram feridos o piloto Leonardo da Silva Dourado; o instrutor de pára-quedismo Enilton Ramos da Paz; a mulher dele, Raquel Gonçalves de Andrade, e o filho dela, Caio Guilherme de Andrade Santos.
O sepultamento dos corpos do médico Felipe Ramalho e de seu filho ocorreu na tarde de ontem, no cemitério de Augustinópolis, cidade distante cerca de 70 km de Imperatriz, no estado do Tocantins, onde as vítimas moravam há cerca de 12 anos.
As mortes comoveram a população da pacata cidade. O prefeito decretou luto oficial por três dias. Dezenas de pessoas foram ao velório numa igreja evangélica daquele município.
O superintendente da Infraero em Imperatriz, Idelbrando Coelho, havia adiantado no dia do acidente que a previsão é de que o laudo seja concluído em 60 dias.
DESTROÇOS
Ontem, por volta das 10h, os destroços do avião foram transferidos do local do acidente, na rua Ceará, no bairro Bacuri, para um outro não informado. Na operação de resgate, foi utilizado o caminhão de uma empresa de guincho da cidade. Até então, os destroços estavam cobertos por uma lona e vigiados por homens do Exército.
Mais tranqüilos, alguns vizinhos do local comentaram o acidente. Eles diziam ter ouvido barulho que sugere que o avião teve pane no motor antes de cair.
Em seu relatório, o 3º Batalhão de Polícia Militar revelou que o avião, de propriedade do empresário Francisco Pereira Lima, o "Chico do Rádio", prefeito de Davinópolis, tinha decolado do aeroporto de Imperatriz quando, a 500 metros da pista houve um princípio de incêndio. O piloto tentou retornar ao aeroporto.
Ainda segundo o relatório, sem conseguir seu objetivo "o piloto, então, tentou um pouso de emergência na rua Ceará, no bairro Bacuri, momento em que atingiu a rede de telefone. A asa esquerda do avião chocou-se com uma palmeira que ficava na calçada da residência de nº 3001, na rua Ceará, entre as ruas Rio Branco e João Pessoa, na qual o avião bateu em um muro, vindo a incendiar-se".
Até ontem, três dos quatros sobreviventes do acidente aéreo continuavam internados no Hospital das Clínicas (HC), em Imperatriz. A casa de saúde não divulgou nenhum boletim, mas um funcionário adiantou que o quadro dos pacientes era bom. O piloto Leonardo Dourado, que estava internado na UTI, foi submetido a exames de raio-x que comprovaram hematomas no pulmão direito. Ele foi transferido para um hospital especializado em queimados em Goiânia (GO).
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