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Desideratos - Crônicas, contos e poesias. (3)

As aparências

Passava os dias a descansar sua beleza.
Lutou muito para chegar até ali. Intermináveis festas, viagens e dietas. Qualquer sacrifício era pouco para se manter perfeita perante os olhares masculinos da alta sociedade, pois a qualquer momento um deles se voltaria para ela.
Foi num Cruzeiro. Bárbara apostou suas últimas economias e esperanças. Estava radiante. Era um belo exemplar de fêmea: longilínea, 22, cabelos escuros a emoldurar um rosto de anjo barroco e uma pele dourada por algumas, significativas, aplicações de bronzeamento artificial. Sabia de sua capacidade de seduzir o mais renitente dos homens, se é que exista algum assim quando o assunto pende para o lado do desejo.
A moça passeava pelo convés a farejar. Sem perceber, era analisada por Ignácio. Pelas regras infames ditadas por esse mundo de exaltação à aparência, ele jamais teria chance. Pelas estratégias criadas por Bárbara, só carecia ter os bolsos entupidos de dinheiro. Deu certo. Aproximaram-se, conversaram. Entre uma frase e outra, Bárbara, soltava uma gargalhada horrenda. Ignácio fascinou-se com a lindeza daquela graúna, agora sua!
Casaram-se. Lutou muito para até ali chegar. Recebia do marido fisgado luxo e amor. Uns tantos empregados serviam a sua idolatrada esposa. O ócio seria o bem maior desfrutado por ela. Virgínia era a serviçal mais empenhada em saciar a voracidade de todos os caprichos Barbarianos. Assim, aos poucos, estabeleceu-se certa amizade. Sempre exagerada a patroa dava conselhos à empregadinha. Dizia ter conseguido tudo com esforço, determinação, mérito mesmo. Virgínia prestava atenção e sorria, timidamente.
Fácil é nos acostumarmos com os prazeres advindos da riqueza. A exuberância era o sobrenome de Bárbara, porque Ignácio além de endinheirado mostrou-se um marido devoto. A vida parecia bem. Mas, numa manhã de sol, ao retornar da ginástica, a dona da casa recebe a notícia que seu homem fugira com Virgínia. Ninguém sabia ao certo. Parecia que o romance vinha de antes do casamento.
Abandonada e pobre descobriu-se nos sucessivos dias. Traída, no entanto linda como nunca! Pensava e repetia a si mesma como uma consolação: - Ao menos ajeitei alguns defeitinhos meus!
Hospedou-se no melhor hotel com a venda das jóias da época de casada. E, num dia desses, acordou na cama de um simples barman. Ambos gargalhavam com a mesma agudeza. Zé e Bárbara eram caça-dotes profissionais. Ali, enrolados um ao outro, acharam-se completamente felizes.


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Mônica Assunção Mourão

Profª de Literatura da rede pública de ensino

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